Assim, o real PROPOSITO de eu ter falado de tudo isso, é ninguém precisa passar por esse tipo de experiência para encontrar o seu "POR QUÊ". Quando você entende que cada minuto é único, e que toda experiência te ensina algo, e que cada um te impacta de um determinado jeito... você entende que não existem fórmulas para felicidade. Porque a felicidade é respeitar quem você é e o que você quer. No mais, é só aproveitar a JORNADA.
Meu nome é Sabrina e minha viagem rumo ao meu real propósito de vida iniciou a dois anos quando, graças a um AVC, descobri que sou mortal. Sim, eu sou mortal! E sinto informar, mas você também é. E pior, nossa viagem pode acabar a qualquer momento, sem nenhum aviso. É justamente por isso que precisamos tomar posse de nossas vidas e começar imediatamente a sermos felizes! Então, te convido a ter atitudes imediatas rumo à felicidade a partir de agora.
segunda-feira, 25 de abril de 2016
Mil perdões, mas precisamos conversar sobre isso...
Você vai morrer. Não só você, mas eu e todo mundo que conhecemos também, mais cedo ou mais tarde, vai morrer. Pode ser amanhã, pode ser daqui a 10 ou 50 anos, ou ainda, quem sabe, daqui a algumas horas, dias...
CREDO! Que assunto triste, pesado, mórbido... para quê falar de morte? A resposta é simples: "compreender nossa finitude potencializa nosso viver.
Vou me usar como exemplo para tentar me explicar: cerca de 3 anos atrás, se você me dissesse que eu iria morrer, quase que instantaneamente eu te responderia: "É óbvio que sim. E quem não vai? Mas não tenho que me preocupar com isso agora!"
Minha reação seria compreensível, afinal, eu era uma mulher de 35 anos, ativa, saudável, que praticava regularmente exercícios físicos... Sendo assim, minha expectativa média de vida estaria em aproximadamente 75 anos. Então pra quê se preocupar com morte?
Pois então! De repente, não mais que de repente, a mulher saudável de 35 anos teve um AVC (acidente vascular cerebral), popularmente conhecido como "derrame".
"Segundo o Ministério da Saúde o AVC é a primeira causa de morte e incapacidade no Brasil. Anualmente são registrados 68 mil mortes por AVC no país."
Não, eu não pertencia a nenhum grupo de risco (fumantes, hipertensos, diabéticos, maiores de 55 anos...) e nem me encaixava nas estatísticas. Sim, eu tive um AVC Isquêmico Agudo.
A partir desse momento a ideia de finitude ficou muito mais clara pra mim. Eu não era simplesmente um ser finito como também a minha jornada poderia (e pode) terminar a qualquer momento. Sem qualquer aviso.
Papo deprê, né? #sóquenão
O motivo de toda essa conversa é simples: além de toda sorte que eu tive de passar praticamente ilesa por essa experiência, a partir desse "evento", o valor de cada minuto, de cada momento passou a ser incalculável. Talvez pra quem vê minha vida de fora, possa achar que nada mudou, afinal eu ainda moro na mesma casa, trabalho no mesmo lugar, sou casada com a mesma pessoa... só que hoje eu posso afirmar com toda segurança que TUDO MUDOU!
O cheiro de chuva, o som da risada das crianças, um churrasco com os amigos... tudo que já existia antes passou a ter outro significado. O tempo tornou-se completamente relativo. As prioridades mudaram.
Hoje existe uma palavra chave que guia minha vida: PROPOSITO. Eu descobri meu proposito. Eu sei o meu por quê, e me sinto encantada com isso. A vida flui melhor. As pessoas correspondem à atenção e à intensão.
Eu não estou dizendo que agora tudo é um mar de rosas, ainda existem momento ruins, tristes, chatos. Mas mesmo estes momentos tem seu proposito.
segunda-feira, 11 de abril de 2016
Procura-se um Culpado
Hoje minha proposta é viajar até sua infância, quando você ainda era só uma criança inocente e desprotegida. Um belo dia, enquanto você corria pela casa, trombou com uma mesa e caiu. Diante da dor da pancada você começou a chorar e seu choro chamou atenção de sua mãe, que imediatamente correu para lhe alentar. Nesse momento, sua mãe, tocada pelo seu sofrimento, resolve remediar a situação atribuindo a culpa daquele incidente à mesa. Sim, à mesa! Aquele objeto inerte e desprovido de vontade.
"Mesa malvada!! Mesa boba! Machucou o meu bebê!"
Imediatamente sua atenção se volta á reprimenda da sua mãe e você fica mais tranquilo diante do sentenciamento de culpa daquela mesa malvada. Você é só uma vítima daquela mesa! Assim, você passa a sentir o conforto do deslocamento da culpa para outro ser.
A vitimização é aprendida! É mais cômodo colocar a culpa no outro. É feio ser culpado! O culpado merece ser punido! No entanto, a vítima, coitada, precisa ser cuidada. Portanto, se eu tiver que escolher, mesmo que inconscientemente, a escolha mais fácil é o papel da vítima e não a do culpado.
Dia desses, em meio a mais uma das minhas rotineiras crises de enxaqueca, resolvi estacionar o carro o mais próximo possível da entrada da escola das crianças. Na tentativa de economizar esforço na subida íngreme do caminho, me encaixei em um espaço bastante restrito e acabei por deixar a traseira do carro avançando um pouco a demarcação amarela do meio fio que indicava uma entrada de garagem. Corri até a escola, tentando me lembrar se alguma vez havia visto alguém acessando aquela garagem, já que a casa estava tomada por cartazes de "vende-se". Peguei as crianças e voltei "a trote" para o carro, e... tcharãããã!!!! Avistei um senhor fechando o portão da dita garagem, onde acabara de estacionar sua camionete. Tive vontade de sumir, de desaparecer, de esperar ele entrar em casa, mas fui pro carro. Assim que entrei ouvi uma batida no vidro e abri a janela para ouvir os brados daquele senhor, que, com toda razão, me xingava pelo meu desrespeito. Deixei ele falar e, morrendo de vergonha, disse: "Me perdoa! O senhor tem toda a razão! Eu jamais poderia ter feito isso!". Nesse momento, minha surpresa só não foi maior que a dele.
Nitidamente ele demonstrou-se surpreso com minha confissão de culpa. De imediato seu discurso mudou e quando percebi ele estava me explicando que "na verdade eu nem estava atrapalhando tanto assim"(até porque ele já tinha colocado o carro na garagem), mas que aquela situação se repetia diariamente e que ele tinha descontado todo seu descontentamento em mim. Senti que mais cinco minutos ali e nós poderíamos tomar uma cerveja e rir daquela situação. Ok, não foi pra tanto! Mas o que ficou muito claro é que ele veio ao meu encontro pronto para o embate. Ele me repreenderia e eu me defenderia. Só que não. Não vou negar que o meu impulso inicial foi de me defender dizendo que "foram só 5 minutos!", ou que "se eu realmente estivesse atrapalhando ele não teria conseguido estacionar"... mas resolvi assumir minha culpa pelo simples fato de que ela existia.
O mais surpreendente dessa história veio depois. Meu filho de 10 anos que assistia a toda cena do banco de trás do carro, me disse: "Que homem chato, né mãe? Tu nem tava atrapalhando ele!". Nesse momento meu sangue gelou. Olhei para ele e expliquei que "o certo é certo, e o que é errado é errado sempre! Mesmo que ninguém esteja olhando". Eu havia atrapalhado aquele homem e por isso ele tinha razão de ficar incomodado com aquilo. Ele tinha razão. Eu não!
Depois de uma breve pausa meu filho disse: "É mãe, mas tu pediu desculpa e deixou ele feliz!" Aproveitei a deixa e completei: "e a mãe aprendeu e não vai mais fazer isso!"
Hoje, relatando esse fato aqui, me senti leve por ter reconhecido meu erro e ter, mesmo que sem querer, mostrado para as crianças que errar é humano (até a mãe erra), mas que o importante é reconhecer o erro e aprender com ele. Afinal:
"A palavra convence, mas o exemplo arrasta."
segunda-feira, 4 de abril de 2016
A Arte de se Colocar no Lugar do Outro
Empatia, do grego in = para dentro e pathos = sentimento, é a capacidade psicológica de compreender sentimentos e emoções das outras pessoas. Popularmente conhecida como "calçar o sapato do outro", a empatia é uma viagem para fora de si, na tentativa de enxergar as situações através do ponto de vista do outro. Sem julgar.
Empatia costuma ser confundida com simpatia. No entanto, enquanto a empatia tenta entender a situação através do outro, a simpatia simplesmente compartilha da situação com o outro.
EMPATIA: dentro do outro
SIMPATIA: junto ao outro, mas sendo eu mesmo.
Sem a capacidade de adotar o ponto de vista do outro, o mundo seria habitado por psicopatas, corruptos, assassinos e autistas. Sem empatia a minha opinião é soberana, e eu não devo ser questionada, só apoiada. Sem empatia eu furo fila, estaciono em local reservado para idosos e deficientes, levo vantagem no que eu puder, independente de onde, como, quando ou com quem.
Empatia NÃO é tratar os outros como eu gostaria de ser tratada. Não! Isso é EGOCENTRISMO, NARCISISMO! Empatia é tratar a pessoa como ela merece e precisa ser tratada! Na minha opinião esse é uma das maiores "falhas do bem" do ser humano: projetar-se no outro e buscar nele a sua realização pessoal. Um exemplo assustador são as mini misses. Meninas, por volta de 5 anos, travestidas de misses adultas. Em que momento da sua primeira infância essas crianças resolvem ser miss? Como elas se interessam por isso? Talvez se perguntarmos às suas orgulhosas mães possamos ter certeza que elas não passam de um exemplo clássico de vítimas da projeção materna.
Nossa "cultura" prega com orgulho o chamado "jeitinho brasileiro", aquele que sempre busca levar vantagem em tudo. Por volta dos anos 70 ou 80, cunhou-se a famosa "Lei de Gerson". A partir de uma propaganda de cigarro estrelada por Gerson, jogador da seleção brasileira de futebol, campeã da Copa do Mundo de 70, onde o mesmo aparecia pregando que é preciso ser exxxxxxpérrrrto (um esperto carioca) para levar vantagem.
Na verdade, pegou muito mal para ele essa campanha e até hoje ele é conhecido como o exxxpérrrrto. Mas o caso é que não pega (ou pegou) mal só pro Gérson. O tal jeitinho brasileiro pode até funcionar por um tempo, mas cedo ou tarde o jogo vira. No caso de você possuir Amídala Cerebral (não a da garganta) que ligue lé com cré, ou melhor, caso você não se encaixe no modo psicopata de ser e costume ter sentimentos, haverá um momento em que sua cabeça não descansará tranquila no travesseiro. A lei do retorno funciona muito melhor que a lei de Gerson e aí, a tal vantagem vira só um peso.
Naquele momento da vida em que SER é mais importante que TER, a real vantagem serão os laços criados pela empatia, porque como já dizia o poeta "é impossível ser feliz sozinho". E o verdadeiro exxxxxpérrrto é aquele que entende o valor de um ombro amigo ao invés de uma queda de braço.
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