segunda-feira, 23 de maio de 2016

Quem olha para fora sonha, quem olha para dentro desperta

Se você, assim como eu, pertence à Geração X, vai lembrar daqueles cadernos (questionários) que rolavam pela sala de aula para que fossem respondidas questões do tipo: Qual sua cor favorita, qual seu número da sorte, você prefere verão ou inverno...
Obs. 1: se você está se perguntando que papo é esse de Geração X, vou fazer aqui um breve esclarecimento:
"O conceito de “gerações” engloba o conjunto de indivíduos nascidos em uma mesma época, influenciados por um contexto histórico, determinando comportamentos e causando impacto direto na evolução da sociedade."
Ok. Voltando aos questionários intermináveis que eram respondidos com canetas coloridas e gostavam de explorar assuntos íntimos como “qual o nome da pessoa que você quer namorar?”.
Obs.2: minha referência à namoro de portão como assunto íntimo nos remete diretamente ao início do texto, onde deixo bem claro que pertenço à geração X (1965 – 1979).
Não sei se as outras gerações também passaram por essa experiência e acredito até que nos dias atuais deva existir um aplicativo que simule algo do gênero, mas o caso aqui é: fazíamos exercícios de autoconhecimento e nem percebíamos!
Eu sei, eu sei! Lá vou eu bater na tecla do autoconhecimento! Mas acreditem; sem esse primeiro passo, todos os outros serão dados em vão. Afinal, já dizia o gato da Alice (aquela do país das Maravilhas): “para quem não sabe onde quer chegar, qualquer caminho serve!”.
Éramos crianças e utilizávamos uma ferramenta extremamente poderosa. Mas aí crescemos e não podíamos mais ficar perdendo tempo com brincadeiras bobas que não levam a nada, não é? Assim, deixamos de responder aos questionários e passamos a decorar fórmulas de física, interpretar a tabela periódica, destrinchar integrais e derivadas... Isso sim era tempo bem empregado! (#sóquenão)
Crescemos e aprendemos um milhão de coisas, com certeza muitas foram importantes, mas outras tantas só serviram para ocupar um espaço precioso na nossa cabeça. Aquele espaço que deveria ser ocupado pela nossa música favorita, ou o melhor livro que havia passado por nossas mãos, ou talvez até por aquele lugar horroroso onde nunca mais queremos voltar. Afinal nossas memórias também funcionam (ou deveriam funcionar) como uma proteção para repetições desnecessárias. Mas não dá! Quem tem tempo para ficar pensando em bobagem?
Obs.3: Bobagem (dicionário): substantivo feminino
1. ato ou dito de ou próprio de bobo ('personagem grotesco'); truanice..
2. p.ext. B dito ou ação tola, impensada; asneira, tolice.
Obs.4: Bobagem (sabrinês): substantivo unisex
1. Ato ou dito frente ao medo de parecer bobo;
2. Julgamento precipitado de fatos;
3. Nomenclatura usada pela sociedade para determinar o que não deve ser tratado com importante.
É verdade que havia sim muita bobagem (obs.3) nos questionários de escola, mas a utilização dos mesmos como ferramenta de autoconhecimento deveria ter sido incentivada não só durante a adolescência, mas também na vida adulta.
Obs.5: Vida Adulta: entendida muitas vezes como uma fase de estabilidade e maturidade. (#falasério)
Pergunte a um adulto normal (vou poupar vocês da definição de normal) qual sua música favorita ou em quem ele se inspira, e talvez você receba um olhar assustado como resposta. Quem tem tempo para pensar no que gosta ou no que faz bem? Eu respondo: as pessoas mais felizes, mais satisfeitas e mais gratas. E não pense que é porque essas pessoas tem tempo sobrando, mas sim porque sabem como estão utilizando seu tempo. Sabem distinguir entre o que vale e o que não vale a pena. Sabem onde querem chegar e por consequencia, qual caminho devem tomar, sem perder muito tempo com os desvios, barreiras ou pedras que existrem nesse caminho.
E assim fica aqui a minha última observação de hoje:

segunda-feira, 16 de maio de 2016

"Todo Conselho é Autobiográfico"

"Todo conselho é autobiográfico". Adoro essa frase! Talvez seja por isso que resolvi estudar psicologia, porque ao contrario do que a maioria pensa, psicólogos não dão conselhos, eles indicam direções, também conhecidos como "não dão o peixe, ensinam a pescar". E é justamente por isso que vou usar esse espaço para instigar uma questão: como eu, você e todo mundo percebe homens e mulheres no local de trabalho.
No livro que li semana passada "Faça Acontecer", Sheryl Sandberg (chefe de operações do Facebook)descreve uma experiência realizada em 2003, pelos professores Frank Flynn (Universidade de Columbia) e Cameron Anderson (Universidade de Nova York, onde a seguinte história (real) foi contada para um grupos de alunos:
"Heidi Roizen (chamaremos de Maria), empresária que teve sucesso como investidora de risco usando sua "personalidade extrovertida... e com uma vasta rede pessoal e profissional de contatos que incluía muitos dos líderes empresarias mais poderosos no setor de tecnologia digital..."
Outro grupo de alunos ouviu exatamente a mesma história, mas com uma diferença - trocaram o nome de Heidi (Maria) por Howard (aqui tratado como João).
Tanto Maria quanto João foram classificados pelos alunos como competentes, até porque suas realizações eram idênticas.
Mas João foi descrito como sendo muito mais agradável, enquanto que Maria foi classificada como egoísta e que "não era o tipo de pessoas que você contrataria ou para quem gostaria de trabalhar".
Quando um homem é bem sucedido, em geral, homens e mulheres gostam dele, mas quando uma mulher é bem sucedida, tanto homens quanto mulheres tendem a não gostar dela. Assim, enquanto Maria não atendia ao estereótipo esperado para mulher, João atendia ao estereótipo esperado para um homem, o que facilitava a empatia com ele e dificultava com ela.
Se uma mulher se empenha em ter alta competência e se concentrar mais nos resultados no que em agradar os outros, está agindo como um homem. E se age como um homem, as pessoas não gostam dela. Isso significa praticamente que mulheres tem que escolher entre ter sucesso ou que gostem delas.
E é por termos a maldita mania de querermos agradar aos outros que muitas vezes desrespeitamos nossas próprias vontades.
"O que minha família vai dizer de mim?"
"O que os outros vão pensar?"
Sempre são as questões que estão à frente das que realmente deveriam habitar nossas mentes como: "Como eu vou me sentir com isso?", "Quem realmente está ao meu lado?", "O que realmente importa?"...
E apesar de saber que "se conselho fosse bom, não se dava, vendia", vale lembrar que viver em função da aprovação alheia não é viver, é representar.

terça-feira, 10 de maio de 2016

O Essencial é Invisível aos Olhos

"Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós."
Essa é uma das minhas citações preferidas do livro "O Pequeno Príncipe". Nem sei dizer quantas vezes li "O Pequeno Príncipe", mas com certeza, cada vez que li entendi a história de 1000 formas diferentes. A história do principezinho que vivia no seu planetinha e um belo dia sai em viagem até chegar na Terra e encontrar um aviador que havia caído no meio do deserto, era só uma história cheia de estranhezas na primeira vez que que li esse livro, ainda na infância.
Na infância, a passagem inicial do elefante engolido pela jiboia, que era insistentemente confundido com um chapéu pelos adultos de visão engessada, era para mim a melhor parte do livro do principezinho, que se dedicava a uma rosa mimada.
Uma história tão singela e tão profunda quanto a amizade entre o príncipe e a raposa.
Lembro bem de sempre ouvir a piada pronta sobre "o livro preferido das misses". Isso porque nos concursos de miss, a pergunta insistentemente feita sobre qual o livro preferido das candidatas, era invariavelmente respondida referenciando o livro do príncipe viajante. Esse fato fez com que o livro fosse tido como um símbolo de inocência, ou quem sabe, um livro bobinho, sem muita importância.
Mas não pra mim. A cada leitura uma nova visão da história, dos personagens, das mensagens subliminares... Tão simples e ao mesmo tempo tão complexo.
O fato é que até hoje gosto de retomar essa leitura. A mesma história de sempre, mas sempre com encanto singular.
Uma das últimas vezes que li, resolvi saber um pouco mais sobre o autor da história, Antoine de Saint-Exupéry. O autor era piloto do exército e colecionava diversas lesões remanescentes de suas missões durante a Segunda Guerra Mundial. Mas o fato que mais uma vez me remeteu a história do principezinho foi que Saint-Exupéry desapareceu durante um voo para Borgo, Córsega em julho de 1944. Desapareceu! Desapareceu? Duvido! Para quem conhece a história, sabe que o aviador nunca esqueceu o principezinho. Para quem "viveu" a história, assim como eu, tem certeza que Saint-Exupéry não desapareceu simplesmente, ele encontrou o planetinha, e até hoje divide os cuidados com a rosa e com os baobás.

terça-feira, 3 de maio de 2016

O Que Você Faria em 20 Segundos de Coragem Insana?

E aí? O que você faria em um rompante de coragem insana?
Vai lá! Se permita pensar nisso agora!
Difícil?
Vou dar uma ajudinha: um estado de "coragem insana" seria aquele momento em que você desligaria o botão da culpa ou do remorso, não julgaria causas nem consequências, e principalmente, iria considerar, pura e simplesmente, a vontade da pessoa mais importante da sua vida => VOCÊ!
Estudos indicam que ouvir música ajuda no processo criativo e na sensação de felicidade. Então vou te dar mais uma mãozinha e sugerir uma música, que eu considero bastante pertinente neste momento:
Use o endereço abaixo e mergulhe nessa letra durante meros 5 minutos (0,35% do seu dia para ouvir uma música me parece bastante justo, não é?):
https://youtu.be/WbNNGPoH6QI
Meu amor
O que você faria
Se só te restasse esse dia?
Se o mundo fosse acabar
Me diz o que você faria
Ia manter sua agenda
De almoço, hora, apatia?
Ou esperar os seus amigos
Na sua sala vazia
Meu amor
O que você faria
Se só te restasse esse dia?
Se o mundo fosse acabar
Me diz o que você faria
Corria pr'um shooping center
Ou para uma academia? Prá se esquecer que não dá tempo
O tempo que já se perdia
Meu amor
O que você faria
Se só te restasse esse dia?
Se o mundo fosse acabar
Me diz o que você faria
Andava pelado na chuva?
Corria no meio da rua?
Entrava de roupa no mar?
Trepava sem camisinha?
Meu amor
O que você faria?
O que você faria?
Abria a porta do hospício?
Trancava da delegacia?
Dinamitava o meu carro
Parava o tráfego e ria?
Mais um pouquinho de inspiração (sugestão): o filme "Antes de Partir" que conta a história Carter Chambers (Morgan Freeman), um homem casado, que há 46 anos trabalha como mecânico. Submetido a um tratamento experimental para combater o câncer, ele se sente mal no trabalho e com isso é internado em um hospital. Logo passa a ter como companheiro de quarto Edward Cole (Jack Nicholson), um rico empresário que é dono do próprio hospital. Edward deseja ter um quarto só para si mas, como sempre pregou que em seus hospitais todo quarto precisa ter dois leitos para que seja viável financeiramente, não pode ter seu desejo atendido pois isto afetaria a imagem de seus negócios. Edward também está com câncer e, após ser operado, descobre que tem poucos meses de vida. O mesmo acontece com Carter, que decide escrever a "lista do que fazer antes de partir", algo que seu professor de filosofia na faculdade passou como trabalho muitas décadas atrás. A lista consiste em desejos que Carter deseja realizar antes de morrer. Ao tomar conhecimento dela Edward propõe que eles a realizem, o que faz com que ambos viagem pelo mundo para aproveitar seus últimos meses de vida.
Espia essa cena aí "https://youtu.be/mUgocfgUjCk":
Então, o que você faria: nos próximos 20 segundos ou nos próximos dias? As respostas para estas questões são as maiores dicas para encontrar o caminho da "vida que vale a pena ser vivida". Mas esse papo fica para próxima semana. Até...