Se você, assim como eu, pertence à Geração X, vai lembrar daqueles cadernos (questionários) que rolavam pela sala de aula para que fossem respondidas questões do tipo: Qual sua cor favorita, qual seu número da sorte, você prefere verão ou inverno...
Obs. 1: se você está se perguntando que papo é esse de Geração X, vou fazer aqui um breve esclarecimento:
"O conceito de “gerações” engloba o conjunto de indivíduos nascidos em uma mesma época, influenciados por um contexto histórico, determinando comportamentos e causando impacto direto na evolução da sociedade."
Ok. Voltando aos questionários intermináveis que eram respondidos com canetas coloridas e gostavam de explorar assuntos íntimos como “qual o nome da pessoa que você quer namorar?”.
Obs.2: minha referência à namoro de portão como assunto íntimo nos remete diretamente ao início do texto, onde deixo bem claro que pertenço à geração X (1965 – 1979).
Não sei se as outras gerações também passaram por essa experiência e acredito até que nos dias atuais deva existir um aplicativo que simule algo do gênero, mas o caso aqui é: fazíamos exercícios de autoconhecimento e nem percebíamos!
Eu sei, eu sei! Lá vou eu bater na tecla do autoconhecimento! Mas acreditem; sem esse primeiro passo, todos os outros serão dados em vão. Afinal, já dizia o gato da Alice (aquela do país das Maravilhas): “para quem não sabe onde quer chegar, qualquer caminho serve!”.
Éramos crianças e utilizávamos uma ferramenta extremamente poderosa. Mas aí crescemos e não podíamos mais ficar perdendo tempo com brincadeiras bobas que não levam a nada, não é? Assim, deixamos de responder aos questionários e passamos a decorar fórmulas de física, interpretar a tabela periódica, destrinchar integrais e derivadas... Isso sim era tempo bem empregado! (#sóquenão)
Crescemos e aprendemos um milhão de coisas, com certeza muitas foram importantes, mas outras tantas só serviram para ocupar um espaço precioso na nossa cabeça. Aquele espaço que deveria ser ocupado pela nossa música favorita, ou o melhor livro que havia passado por nossas mãos, ou talvez até por aquele lugar horroroso onde nunca mais queremos voltar. Afinal nossas memórias também funcionam (ou deveriam funcionar) como uma proteção para repetições desnecessárias. Mas não dá! Quem tem tempo para ficar pensando em bobagem?
Obs.3: Bobagem (dicionário): substantivo feminino
1. ato ou dito de ou próprio de bobo ('personagem grotesco'); truanice..
2. p.ext. B dito ou ação tola, impensada; asneira, tolice.
Obs.4: Bobagem (sabrinês): substantivo unisex
1. Ato ou dito frente ao medo de parecer bobo;
2. Julgamento precipitado de fatos;
3. Nomenclatura usada pela sociedade para determinar o que não deve ser tratado com importante.
É verdade que havia sim muita bobagem (obs.3) nos questionários de escola, mas a utilização dos mesmos como ferramenta de autoconhecimento deveria ter sido incentivada não só durante a adolescência, mas também na vida adulta.
Obs.5: Vida Adulta: entendida muitas vezes como uma fase de estabilidade e maturidade. (#falasério)
Pergunte a um adulto normal (vou poupar vocês da definição de normal) qual sua música favorita ou em quem ele se inspira, e talvez você receba um olhar assustado como resposta. Quem tem tempo para pensar no que gosta ou no que faz bem? Eu respondo: as pessoas mais felizes, mais satisfeitas e mais gratas. E não pense que é porque essas pessoas tem tempo sobrando, mas sim porque sabem como estão utilizando seu tempo. Sabem distinguir entre o que vale e o que não vale a pena. Sabem onde querem chegar e por consequencia, qual caminho devem tomar, sem perder muito tempo com os desvios, barreiras ou pedras que existrem nesse caminho.
E assim fica aqui a minha última observação de hoje: