segunda-feira, 16 de maio de 2016

"Todo Conselho é Autobiográfico"

"Todo conselho é autobiográfico". Adoro essa frase! Talvez seja por isso que resolvi estudar psicologia, porque ao contrario do que a maioria pensa, psicólogos não dão conselhos, eles indicam direções, também conhecidos como "não dão o peixe, ensinam a pescar". E é justamente por isso que vou usar esse espaço para instigar uma questão: como eu, você e todo mundo percebe homens e mulheres no local de trabalho.
No livro que li semana passada "Faça Acontecer", Sheryl Sandberg (chefe de operações do Facebook)descreve uma experiência realizada em 2003, pelos professores Frank Flynn (Universidade de Columbia) e Cameron Anderson (Universidade de Nova York, onde a seguinte história (real) foi contada para um grupos de alunos:
"Heidi Roizen (chamaremos de Maria), empresária que teve sucesso como investidora de risco usando sua "personalidade extrovertida... e com uma vasta rede pessoal e profissional de contatos que incluía muitos dos líderes empresarias mais poderosos no setor de tecnologia digital..."
Outro grupo de alunos ouviu exatamente a mesma história, mas com uma diferença - trocaram o nome de Heidi (Maria) por Howard (aqui tratado como João).
Tanto Maria quanto João foram classificados pelos alunos como competentes, até porque suas realizações eram idênticas.
Mas João foi descrito como sendo muito mais agradável, enquanto que Maria foi classificada como egoísta e que "não era o tipo de pessoas que você contrataria ou para quem gostaria de trabalhar".
Quando um homem é bem sucedido, em geral, homens e mulheres gostam dele, mas quando uma mulher é bem sucedida, tanto homens quanto mulheres tendem a não gostar dela. Assim, enquanto Maria não atendia ao estereótipo esperado para mulher, João atendia ao estereótipo esperado para um homem, o que facilitava a empatia com ele e dificultava com ela.
Se uma mulher se empenha em ter alta competência e se concentrar mais nos resultados no que em agradar os outros, está agindo como um homem. E se age como um homem, as pessoas não gostam dela. Isso significa praticamente que mulheres tem que escolher entre ter sucesso ou que gostem delas.
E é por termos a maldita mania de querermos agradar aos outros que muitas vezes desrespeitamos nossas próprias vontades.
"O que minha família vai dizer de mim?"
"O que os outros vão pensar?"
Sempre são as questões que estão à frente das que realmente deveriam habitar nossas mentes como: "Como eu vou me sentir com isso?", "Quem realmente está ao meu lado?", "O que realmente importa?"...
E apesar de saber que "se conselho fosse bom, não se dava, vendia", vale lembrar que viver em função da aprovação alheia não é viver, é representar.

2 comentários:

Unknown disse...

Adorei Sabrina, teus textos sempre muito claros, diretos e baseados em fatos da vida real, o que nos leva a refletir sobre nossa postura diante da vida.

Unknown disse...

Fiquei muito feliz ao ler teu comentário! A ideia é sempre fazer refletir sobre nossas vidas, sobre o que realmente importa! Bjus