E lá estava eu devorando mais um livro. Sim, eu sou viciada, completamente viciada em ler. Nem panfleto escapa. Jornal, revista, livro, e-book... preciso estar sempre na companhia de um deles para me sentir bem. Mas eu não vim aqui falar sobre isso. Eu vim falar sobre o livro da vez: "Criativo e Empreendedor, sim senhor - Rafa Cappai". Conheci a autora do livro, no mês passado, durante o evento "Conexão Primeiro Passo". Foi a primeira vez que vi a Rafa e de cara já simpatizei pela fala direta e reta. Encerrada a palestra fui correndo atrás do livro dela. Mas foi só na semana passada que me aventurei em suas páginas. Ele foi o eleito para me acompanhar em uma viagem de férias com a família, e não decepcionou.
O livro é daqueles que te chacoalha. Com uma linguagem simples e envolvente ele lança afirmações que parecem óbvias, mas que são essenciais e precisam ser ditas, ouvidas e repetidas incessantemente.
"... a coisa mais importante da sua vida é a sua vida´."
"... a gente não encontra o pote de ouro. A gente cria o pote de ouro."
" A gente nasce diferente, mas é educado para se "normalizar", encontrar iguais."
"Eu preciso garantir que o outro seja quem ele é, porque só assim protejo também o meu direito de ser quem eu sou. E vice-versa."
Bom, mas o que eu realmente quero comentar é sobre a proposta final do livro. Diante da "conscientização" sobre a necessidade de viver a vida que se deseja, o livro propõe que o leitor utilize as últimas quatro páginas (em branco até então) para escrever. Só isso: escrever. Ele diz: "Escreva, apenas escreva. Invente. Nada mais no mundo existe ... Nesse momento você não quer ganhar um prêmio de literatura, não quer milhões de elogios, nem vender zilhões de cópias. Nesse momento quer apenas criar."
E foi o que eu fiz. Deixei as palavras fluírem livremente no papel. E gostei tanto do resultado que vou transcreve-lo aqui:
"Eu adoro escrever. Escrever me faz bem. As palavram fluem com facilidade. É automático. É quase mágico. Só escrevendo eu consigo dizer tudo que eu quero, do jeito que eu quero. É escrevendo que eu me faço entender. Eu adoro papel, caneta, caderno, jormal, revista... e tão bom quanto escrever é ler. Adoro cheiro de livro e adoro a ideia de ter um mundo inteiro me esperando naquelas páginas. Acho que sou viciada em palavras. Sonho com uma biblioteca só minha. Um verdadeiro sonho: me perder entre enormes prateleiras cheias de possibilidades, de novidades. Desde criança tenho obsessão por tudo que possa ser lido, preenchido, colorido, decorado... Nunca fui muito interessada por brinquedos, roupas, sapatos, mas por livros e revistas... ficava louca ao avistar uma banca de revistas. Economizava o dinheiro do lanche para comprar revistas e, na verdade, eu até sonhava em ter uma banca só minha, só para poder explorar todas aquelas possibilidades ali disponíveis.
E a "coleção Vagalume"? O que dizer da "coleção Vagalume"? Aproveitava todas as ocasiões possíveis (aniversário, dia das crianças, páscoa) para pedir livros dessa coleção de presente. "O escaravelho do diabo", "Scharion", "A ilha perdida", e o preferido: "Um cadáver ouve rádio".
Os livros de literatura, tão odiados pela maioria dos estudantes, e que eu adorava ler: "Lucíola", "Senhora", "O Guarani" e o preferido: "Memórias Póstumas de Brás Cubas". Ainda hoje lembro claramente da dedicatória que o personagem principal faz nas primeiras páginas do livro: "Dedico esse livro ao primeiro verme que roeu as frias carnes do meu cadáver". Um livro contado a partir da morte do personagem até seu nascimento. Que ideia genial. Ainda me encanto com isso.
Pensei em fazer jornalismo. Queria escrever. Desisti. Desisti de escrever, assim como desisti de outras tantas coisas ao longo da vida. Se me arrependo? Não. Tudo tem seu tempo. Desisti de escrever, mas persisti em tantas outras coisas que acabaram me trazendo até esse momento. Então não, não me arrependo.
Enfim, eu adoro escrever. Adoro ler também, mas escrever é meu chão. Eu adoro escrever e não quero deixar de escrever nunca mais. Ainda que ninguém leia, eu quero escrever!"
Hoje eu escrevo, nesse blog, e até tem gente que lê! kkk... Eu adoro escrever e as palavras que escrevi até agora, neste texto, me fizeram sentir bem, me fizeram ficar 1% melhor (objetivo diário e que qualquer dia eu fala mais sobre isso).